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2024 - Um Pequeno Olhar Mitológico


O ano de Saturno, que é Chronos ou Aeon na mitologia grega órfica, nos coloca diante do influxo do que significa realmente “O TEMPO”. O aprendizado, a realização de objetivos ou uma ampliação consciencial só terão êxito se lançarmos mão da observação dos ciclos e da aceitação dos períodos de tempo necessários para atingirmos nossas metas. A chuva de informações rápidas e de conteúdo superficial que está disponível para todos em TEMPO integral, gradativamente perderá o valor que lhe foi atribuído pela ansiedade e o vazio existencial do ser humano. O ano de provações a que Chronos nos submeterá será uma depuração que nos prepara para o que virá pela frente. Ele nos fala dos ciclos dos setênios, os quais deixamos de respeitar e o quanto deveríamos aprender em cada ciclo de sete anos para poder vivenciar em profundidade o setênio seguinte. 


Na mitologia africana quem simboliza o TEMPO e a ancestralidade é Iròkô.

Ele é a “árvore da vida" primeira plantada na terra,


por onde os Orixás desceram, ele  liderava as árvores sagradas por onde fluía toda a sabedoria ancestral que vem do coração da terra. 

No mito da etnia Fon do Benin, foi Iròkô quem criou toda a civilização e também o Ifá (oráculo) e Legbá (Èsù) para serem os seus guias, mas o humano usurpador cortou Iròkô, a liderança das árvores sagradas, interrompeu assim o fluxo do conhecimento ancestral que fluía do coração da terra. Consequentemente, Iròkô também colocará em nossa conta toda a destruição e alteração que causamos na natureza de onde recebemos cura e conhecimento. 




Este novo ano traz também um reposicionamento de Hades ou Plutão, deus do submundo e da riqueza, responsável por tudo que é gerado embaixo da terra. Seu poder altamente transformador estará atuando fortemente na “energia aquariana” que rege a nova era na qual estamos entrando. Aquário é representado pelo aguadeiro Ganimedes, o jovem que cuida do néctar dos deuses e da água dos mortais, ele trás o impulso comunitário e a quebra de convenções sociais e hierárquicas com sua visão de longo alcance, ele é a águia de Zeus. 

O Aguadeiro que representa toda uma força coletiva, então submetido à influência de Hades, levará a todos os despertos e possuidores do olhar da águia, a se questionarem sobre suas ações e se elas estão sendo profícuas para a comunidade. Se o que desejam para o grupo está sendo praticado na individualidade por cada um e se a ampla “responsabilidade” que Chronos (o pai que direciona pela força) exige de todos, está sendo praticada no âmbito individual e também no coletivo.

 Nada funcionará se “esperarmos que os outros façam” pois teremos de nos espelhar no aguadeiro Ganimedes que era um mortal e foi transfigurado em imortal para servir aos deuses e à humanidade. Portanto, a empreitada que é esperada de nós neste ano é: o aprofundamento espiritual do si-mesmo (do Deus em nós) e a disponibilidade para a colaboração em comunidade.


2024 é o ano de prova e preparação para adentrarmos à era aquariana, onde certamente ocorre uma lapidação em seres que se dispuserem a se abrir às transformações e se tornarem contribuidores para a “anima mundi”. Estas transformações às quais nos referimos dependerão da ação do indivíduo em escolher um caminho de despertamento espiritual realmente fundamentado e nele se aprofundar. Deixar de lado as tantas e variadas fórmulas rasas, rápidas e ruidosas que nos são apresentadas a todo momento, despertar para a centelha divina que repousa em nosso coração e está sendo intensamente chamada para o retorno à verdadeira vida.


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